quarta-feira, 1 de junho de 2011

Músicas, Danças e Brincadeiras Brasileiras

Dançar e cantar com os brincantes relembra a fase saudosa da infância para os mais velhos que se une a alegria natural das crianças na virada

Por Jennifer Bernardo

24 horas de musica, teatro, dança e esportes, tudo de graça, estamos falando da virada cultural que teve sua 7ª edição nos dias 16 e 17 de abril, um fim de semana cheio de atrações para todos aqueles que apreciam a arte nas mais diversas manifestações.
A Virada Cultural é um evento que reúne artistas de todos os tipos e de todos os bairros e regiões da capital paulista, é uma oportunidade para que muitos talentos sejam conhecidos, um momento de troca de experiências e vivências artísticas. O publico também prestigiou artistas já renomados e grandes vozes da MPB.
Brincantes na apresentação da virada
Foram montados palcos em diversas regiões da cidade e quem foi ao SESC Belenzinho na zona leste de São Paulo pode aproveitar os ritmos dançantes que contagiavam através do grupo de intervenções do Instituto Brincante.
            Músicas, danças e brincadeiras brasileiras foi o tema do instituto para conquistar o publico, os movimentos, os batuques e as vozes embalavam todos a um mesmo ritmo de alegria e interação. As apresentações são feitas nos ritmos de frevo, jongo e maracatu.
A percussão é o elemento principal do grupo e através disso a platéia é convidada a dançar, cantar e se aproximar do universo da cultura. Para o educador Edson Saches, 42 a Virada Cultural deveria acontecer mais vezes no ano e completa “Acho que é muito importante, principalmente para os jovens que precisam dessa valorização cultural.”
O som forte dos tambores e a energia com que os artistas da Percussão dançavam animaram tanto as crianças quanto aos adultos que ali estavam com seus filhos, sobrinhos ou netos. Maria Antonia, 47 ficou entusiasmada e junto com a neta de cinco anos Ana Clara dançou ao som que para ela tinha gosto da infância que lembra com tom de saudade. “Eu me divertia muito quando era criança, sempre gostei desse tipo de arte, os ritmos são contagiantes”.
Para a integrante do grupo de percussão, Patrícia Alves, 28, professora de história, participar do evento é de grande importância para os artistas do Brincante, que tem como objetivo desenvolver pessoas para a arte e mostrar o trabalho de forma agradável aos olhos da platéia.
“Essa participação na virada faz parte da nossa primeira fase de apresentações, ensaiamos muito e hoje tivemos um resultado muito bom, senti que as pessoas gostaram do que viram e participaram cada um com a sua alegria”, afirma Patrícia.  
O Instituto Brincante tem grande responsabilidade com a valorização da arte e tem como proposta resgatar através dos projetos que desenvolvem os aspectos fundamentais da cultura brasileira.

Para mais informações
Instituto Brincante - site: www.teatrobrincante.com.br

Cinemas do centro ganham fôlego na Virada Cultural

A programação cinematográfica incluiu em seu roteiro grandes salas de cinema no centro da cidade que foram sendo esquecidas com decadência da indústria pornográfica

por Verena Pacelli

Anualmente, a virada cultural, organizada pela Prefeitura de São Paulo, agita a capital paulista durante 24 horas com diversas atrações para toda família, atraindo milhões de pessoas ao centro de São Paulo, desde sua primeira edição em 2005. Teatro, música, cinema, culinária, dança estão entre os destaques do evento. E este ano não foi diferente, a organização uniu gêneros, tribos e estilos numa programação para todos os gostos. Do Pole Dance ao Heavy Metal, do Circo ao Stand Up Comedy.




Em 2011, a programação cinematográfica incluiu em seu roteiro grandes salas de cinema no centro da cidade que foram sendo esquecidas com decadência da indústria pornográfica. Cine Dom José, Cine Windsor e o Palácio do Cinema, lugares comuns dos amantes do sexo explícito, ganharam um novo fôlego trazendo uma programação 'arrasa quarteirão', com destaques que vão do Cine Catástrofe ao Cine Musical. Para um funcionário do Cine Windsor, já era hora de a prefeitura acordar: "É muito importante ter ações como essa. O centro de São Paulo merece a atenção das autoridades.". Vale lembrar que as salas que hoje exibem filmes pornôs, já foram cheios de glamour um dia, exibindo, por exemplo, produções de conceituados diretores franceses como François Truffaut e Alain Resnais. Foi em meados da década de 1980, com o fim da ditadura militar e com centro já em declínio, que as grandes salas de cinema tornaram-se habitué de viés duvidoso , a fim de continuar a funcionar.






A galeria Olido, que sempre tem uma programação cultural interessante, também participou da virada, com o Cine Canibal, uma série de filmes de arrepiar. Dragão Vermelho (2003),  Mundo Canibal (1972), Zumbi Holocausto (1980) e Silêncio dos Inocentes (1991) fizeram parte da lista de horror exibida por lá. Às 11h30, uma fila enorme já dominava o saguão do Olido, com cerca de 150 pessoas que aguardavam para ver Cannibal Holocaust. O longa italiano, de 1980, causou muita polêmica desde seu lançamento, e foi proibido em diversos países, principalmente por se parecer muito com um gênero controverso do cinema, o Snuff Movie - filme no qual os atores são mortos de verdade em frente às câmeras. Logo as primeiras cenas, com suas imagens violentas, chocaram tanto que mandaram embora grande parte da plateia. A estudante Maiara Souza, 18 anos, foi uma das primeiras a deixar a sala, "Tô fora! Vamos procurar algo mais light", comentou com as amigas. Dirigido por Ruggero Deodato, o longa conta a história de quatro americanos que resolvem fazer uma expedição na Amazônia em busca dos indios Yamamanis. Aparentemente, o filme é um dos precursores na linha "câmera na mão", com cenas que lembram muito os filmes da linha, A Bruxa de Blair. Com trilha sonora impecável assinada por Riz Ortolani, ganhador do Grammy, o filme arrancou inevitáveis gritos e sustos da plateia.  "A produção é muito trash, mas é um clássico. Sou um amante assumido do tosco e a morte dos animais em cena, pra mim, é o ápice", afirmou o publicitário Eduardo Borges, 27 anos. Antropofagia, carnificina e crueldade dão o tom de Cannibal Holocaust.