terça-feira, 31 de maio de 2011

"Céu e Terra irão colidir"

Um dos filmes mais vistos na última Virada Cultura da cidade de São Paulo, "Impacto Profundo" revela ser superior do que atuais histórias-catástrofes contadas no cinema.


Por Caio Carvalho


Este poderia ser simplesmente mais um daqueles típicos filmes do sonho americano, onde o herói salva a mocinha em meio a diversas catástrofes. Como aquele de alienígenas, "Independence Day" (1996), que invadem os Estados Unidos e atingem as principais cidades do país; ou "Armagedon" (1998), que emocionou a todos - quando foi para a TV aberta, logicamente - na cena de Liv Tyler com Bruce Willis pelos televisores; ou até das profecias Maias, "2012" (2009), com John Cusack escapando de fogo, desabamentos e maremotos, de uma forma um tanto frenética. Mas não são tantas tragédias o que você lerá a seguir.

Diferente de muitos filmes que relatam maneiras de como o mundo poderia ser destruído, eis que, dentre as infinitas opções, destaca-se "Impacto Profundo", um filme de 1998 que baseia-se na descoberta de um meteoro prestes a colidir com a Terra, e que esteve dentre os filmes escolhidos para a sessão "Catástrofe" da Virada Cultural de São Paulo, em abril deste ano.

O asteróide, prestes a cair no mar (Foto: Divulgação).
A trama inicia-se quando Leo (Elijah Wood) e seu professor de astronomia descobrem por acaso que um gigantesco cometa ameaçará a vida do planeta, e que só é visto por autoridades governamentais quase um ano após o registro do arteróide. A repórter Jenny Lerner (Téa Leoni), que cobria uma matéria sobre um escândalo sexual envolvendo o presidente dos EUA (Morgan Freeman), vê nessa notícia a chance de alcançar reconhecimento como jornalista. A adrenalina do filme, por assim dizer, começa quando astronautas são mandados ao espaço para destruírem o meteoro, e a população se mobiliza da cidade para as colinas, a fim de tentarem escapar do impacto que a estrela causará.

Os atores Morgan Freeman e Téa Leoni (Foto: Divulgação).
Muito do filme talvez não esteja focado em mais uma história-catástrofe de medo e destruição, mas um ponto chave é a maneira como cada personagem reage diante do fim iminente, quando todos são obrigados a fazerem escolhas decisivas. A mulher (mãe da repórter Jenny) que se olha no espelho, veste a melhor roupa, usa a melhor maquiagem, abre um bom vinho e senta-se no sofá da sala, simplesmente para olhar um álbum de fotos, e não dar importância a mais nada a seu redor; os jovens que se casam e montam planos minimamente mirabolantes; um adulto que, após ficar cego, ouve histórias do capitão Moby Dick. A própria Jenny, por exemplo, tem um histórico familiar conturbado, relacionado principalmente a seu pai. Há também os adolescentes Leo e Maria, que, por maiores que sejam os impulsos da idade, tomam difíceis decisões - como a de abandonar a família para sobreviverem. Os astronautas, por mais "apagados" que tenham ficado durante todo o filme, têm um verdadeiro final heróico, ao colidirem com o cometa maior para impedir que ele destrua o planeta Terra.

Leslie Sobieski e Elijah Wood interpretaram o casal Sarah e Leo. (Foto: Divulgação)
"Oceanos elevam-se, cidades são destruídas. A esperança sobrevive." É a mensagem que o filme diz.


Impacto Na Virada

A sessão de "Impacto Profundo", no Cine Dom José, era a das mais lotadas, em relação aos outros filmes (como "O Dia Depois De Amanhã" (2004), "Cloverfield Monstro" (2008), e os clássicos "O Dia Em Que A Terra Parou" (1951) e "Guerra Dos Mundos" (1953)). Perguntadas sobre o porquê da escolha, a maioria dos espectadores respondeu que "é como se eu estivesse vendo na data da estréia, há mais de dez anos", já que grande parte dos que foram à sessão eram os adolescentes... daquela época. Já os mais novos disseram que preferem filmes com menos "ação" e mais história, pois estão cansados de sempre ver um edifício ou monumento cair aqui e ali, e ser unicamente isso.

E você? Pronto para ir até sua locadora e alugar Impacto Profundo? Senão, melhor esperar até reprisarem pela centésima vez nos clássicos da Sessão da Tarde. E se você ainda não lembra que filme é esse, refresque sua memória com o trailer:

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